De repente...

De repente, me vejo em meio á escuridão, buscando algo que talvez, se encontrasse, eu pudesse voltar atrás, se conseguisse eu poderia quem sabe recomeçar...
Quem sabe talvez ainda eu poderia remendar os pedaços da minha existência, os cacos, mas estando entorpecido de ira e desejo como estou quem sabe se não me cortaria com os cacos de vida...
Como alguém consegue morrer afogado no deserto? É o que eu ainda me pergunto, como se tudo pudesse ou tivesse que... fazer algum sentido. Como se por um momento eu ficasse realmente cego e com sede, é mais ou menos isso o que o amor faz com pessoas que não sabem perder como eu... é como se tudo se desfragmentasse e o céu abrisse ao meio e dele brotasse um inferno particular, mas que ninguém sabe.
Minha existência está aí, ao acaso, queimando ao sol. A carne crua ainda está aberta e frita suas feridas no sal das próprias lágrimas e me pergunto como agarraria tudo o que é meu, se nem mesmo meu destino me pertence...
É como se eu fosse um fruto andarilho da fome, mas fome de sentimentos, e toda vez que alguém passa e me dá uma migalha, eu sinto que lhe paguei em sonhos, isso é caro demais, pagar um sonho por cada migalha...
Se parasse pra contabilizar quantos sonhos já perdi por pagar caro demais por migalhas de sensibilidade.
Um dia eu aprendo e não me apaixono mais... nunca mais, ou quem sabe de repente alguém passe a dar valor a sentimentos e sonhos, só que isso já é mais dificil...

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