Todas as razões do mundo...

No meio da rua, no meio da noite, o grito é meu, meu grito é um canto selvagem no meio de tanta normalidade, de tanto silêncio, um silêncio que me faz esperar.
Em meio a isso tudo, uma dor me dói, no fundo da alma , mesmo sabendo que ela já não mais se encontra diante de mim, como uma estátua com os olhos fixos no céu enquanto a lágrima do abandono dela me destroi, me afoga e eu me desprezo, porque só me encontro nela. Sim é isso é nela que me realizo, é nela que me encontro, me protejo, suicido minhas vontades, destruo as facilidades em nome da minha felicidade, alguém que julguei merecer e diante de quem me ajoelhei implorando uma migalha de verdade e de sentimentos, qualquer coisa que pudesse sobrar.
Sim qualquer migalha me saciaria naquele momento, mas por mais que você possa tentar entender, abstrair, subjetivar, não, você não conseguiria entender o porque dela querer ser o centro das atenções, me deixando vagar pelo mundo como se eu tivesse uma alma minúscula e sem luz, covardemente me tranquei em meus sonhos e minhas dores...
Tentei encontrar em seu peito um pouco de piedade, com cara de quem foi esquecido na praça, mas agora que estou diante da noite , que já escureceu tudo, eu já não encontro mais meu amor próprio, pois ele ficou em algum canto mas ta escuro demais , e eu ja cansei de procurar...
Mesmo que eu ficasse escrevendo o resto da noite, esse grito jamais se calaria dentro do meu ser, mesmo que eu explicasse todas as razões do mundo jamais conseguiria entender como fui parar ali, feito um cão abandonado, nunca mais eu quero tentar de novo, veja só, eu mentindo pra mim mesmo de novo...

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